Quem assistiu ao jogo do São Paulo diante do Sport viu um time à flor da pele. Nem o líder e capitão, Rogério Ceni,  esboçou uma cutucada nos dois companheiros, mais tarde expulsos, que estavam fora de órbita. O que se viu foi tão claro, que não precisava ser nenhum vidente para saber que Ganso e Luis Fabiano não querem mais vestir a camisa do tricolor.

Os dois mostraram um destempero total na partida e pareciam preocupados com as propostas que tiveram e não foram aceitas pela diretoria do Clube.

Conheço Carlos Miguel Aidar há muito tempo e sei que a sua paciência vai até a “página 3”, mas nunca achei que toleraria tamanha insubordinação. Já pensou quantos jogadores gostariam de vestir a camisa do São Paulo e receber os salários, mesmo atrasados, desses dois jogadores? Entre 300 e 500 mil reais mensais, nessa crise que anda o país?

Como os dirigentes não percebem que ambos queriam debandar essa semana? Luis Fabiano chegou ao cúmulo de comentar que “infelizmente não tinha dado certo com o Cruz Azul, do México, mas que, quem sabe, dará no fim do ano”, quando acaba seu compromisso com o São Paulo. É um tapa na cara dos torcedores tricolores.

E Ganso, com um pé no Orlando City, indicado por Kaká, estava dando risada à toa, com a chance de jogar lá nos Estados Unidos. Barato que foi cortado por Aidar que não aceitou a proposta do Orlando.

As duas “estrelas” do time deram um show de menosprezo ao clube.

Foram expulsos pelo juiz, que aliás foi péssimo na partida, mas deviam tomar vermelho dos diretores, antes mesmo de entrarem em campo.

O técnico colombiano, um senhor classudo, já está perdendo as estribeiras e ele, que nunca tinha sido expulso na Europa e redondezas, refém da situação, já foi para o chuveiro duas vezes. Osório sabe que vai ser duro segurar essa barra, com dois titulares insatisfeitos e louquinhos para sairem do clube. O técnico disse na coletiva que o caso dos dois agora é da direção do São Paulo.

Por isso mesmo, o buraco do Tricolor é mais em cima. Agora, o presidente Carlos Miguel Aidar e o diretor Ataíde Gil Guerreiro terão que decidir essa parada.

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Não dá mais para disfarçar as insatisfações no São Paulo. E elas vêm de todas as partes.

Na última semana, a devolução do jogador Rodrigo Caio pelos times Valência e Atlético de Madri, ambos da Espanha, foi um balde de água fria nas esperança da diretoria em acertar os salários atrasados. O nervosismo do elenco é notório e se reflete claramente em campo, a ponto de o ‘curinga’ Michel Bastos, ao ser substituído pelo técnico Juan Carlos Osório, sair xingando a mãe de alguém, e não era a minha.

Outro que ficou na bronca, na partida contra o Fluminense, foi o argentino Centurión que expressou seu descontentamento pelas redes sociais.

E ainda, o destempero mostrado por Ganso na semana passada, criticando colega, a falta de ânimo do chefe do time, Rogério Ceni, e Luís Fabiano vivendo em outra órbita, são a cara da crise no tricolor. Sem falar no assunto Pato, uma questão que ainda vai dar pano para manga.

E o técnico colombiano, hein? Ele que chegou cheio de fama, um homem com cursos, com currículo e cobiçado por vários times, pode, em breve, conhecer um termo em desuso no Brasil. O bilhete azul.

Sim, logo ele que tem esse costume de mandar recadinhos aos jogadores, por esse meio, é melhor ser avisado que, esse que falei significa demissão. Sim, bilhete azul é o fim da linha. Será que ele terá o mesmo rumo do argentino Gareca, que no Palmeiras não conseguiu nem esquentar o banco como técnico?

O presidente Aidar continua afirmando, com todas as letras, que não existe a menor possibilidade disso acontecer. Mas dirigente é dirigente, então é melhor ficar esperto.

Outra coisa. Osório falou que jogador, como todo trabalhador, tem que receber em dia, e que foi prometido a ele, reforços para disputar títulos. A verdade é que Osório não sabia o tamanho da encrenca. Talvez por isso, a primeira opção de Aidar, Jorge Sampaoli, tenha desistido de vir. Tinha informações dos problemas tricolores e só pensaria no convite, depois da Copa América. O São paulo, não quis esperar. E nessa o argentino se deu bem, foi campeão pelo Chile e agora tem portas abertas em todo o mundo.

Depois de empatar, em casa, diante do Fluminense, vamos esperar quais serão as consequências e as conversas que vão rolar. A dos dirigentes, a dos vestiários e, ainda, se vai pintar mais desculpas do departamento financeiro do Clube.

Ah, vamos também ver se tudo isso não vai sobrar para quem chegou agora a pouco. E se Osório vai conhecer o famoso bilhete azul.

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Enrico Bruno/UOL

A venda do meio campista Souza para o Fernenbaçe da Turquia para entrar dinheiro no caixa do clube e saldar dívidas, teria sido a gota d’água para o ambiente no São Paulo degringolar de vez? A chapa tá fervendo e não faltam assuntos para isso.

A derrota para o Atlético Paranaense ficou engasgada para o todo poderoso do Clube, Rogério Ceni. Ele saiu de campo cuspindo marimbondo porque tinha a promessa do Presidente Aidar de que o time não sofreria um desmanche. Pelo contrário. Seria reforçado, e foi isso que motivou Rogério a renovar seu contrato, na esperança de ser campeão. Mas o goleiro mesmo admite que se continuar assim, com o time com vários problemas, sem encaixar em campo, a missão será quase impossível.

E o termômetro subiu com a entrevista de Paulo Henrique Ganso, que não deixou barato, e deu nomes aos bois, ou melhor, ao jogador Lucão que falhou na zaga tricolor, no gol do Atlético Paranaense. Quem está no futebol, sabe que isso queima o filme de quem foi acusado e de quem acusou sem cerimônias.

A equipe unida, sempre prefere a clássica frase:”Ganhamos todos, perdemos todos”. O espírito de equipe está indo para o espaço, mesmo porque com salários atrasados, segurar as cobranças, dentro e fora de campo, não vai ser fácil para a diretoria, sobrando também para a comissão técnica.

O colombiano Juan Carlos Osório, que chegou badalado, como um reforço de peso, está atordoado com a situação.

Em cinco jogos, ganhou dois, perdeu dois e empatou um. Um retrospecto que não fez as estruturas tremerem no Morumbi, como era esperado. Nada que não possa ser revertido, afinal o São Paulo é o sétimo colocado no Brasileirão.

Mas a combinação de salários atrasados, acusações entre jogadores, decepção do seu principal líder, treinador que ainda não mostrou a diferença dentro de campo e a venda das principais figuras para fazer grana, poderá se transformar numa bomba atômica no tricolor.

Vamos ver quais serão as vítimas dessa explosão.

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