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Globo Esporte completa 37 anos no ar
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Em 78,  Léo Batista dava o pontapé inicial no Globo Esporte, que antes tratava somente de futebol e se chamava Copa Brasil. Com uma vinheta que se tornou super conhecida pela trilha sonora, o telejornal sempre teve como meta informar as coisas do esporte a princípio nacionalmente, e que depois foi feito de forma local.

O GE, como é conhecido, foi apresentado por alguns profissionais na época, e na cabeça de Rede, além de Léo, teve depois Fernando Vanucci.

Em São Paulo, tive o privilégio de comandá-lo durante seis anos. Era um canhão como notíciário e repercussão. Dava  mais de sessenta pontos no Ibope, coisa que nunca mais conseguirá, em tempos de Tvs a cabo e Internet.

O que se dava no GE era lei e muitas vezes ia parar no Jornal Nacional, o cartão de visitas da Globo, em termos jornalísticos.

Vivi muitos momento interesssantes no GE, como quando tivemos uma mudança na grade de programação, por causa do horário de verão e quando estávamos voltando para a redação, ao lado do editor chefe Toninho Neves e parte da equipe, que acabara de tomar solenes cafés, ouvimos a famosa vinheta e não entendemos nada.

Avisados que estávamos entrando no ar, só deu tempo de colocar o microfone na lapela e começar o jornal sem laudas para ler e sem as matérias estarem editadas, ou seja, da forma que entram nos telejornais. Foi um desespero.

Toninho gritava que iríamos ser demitidos. Do outro lado, tentando passar uma calma que não existia, José Maria de Aquino, me falava para ir improvisando até as reportagens ficarem prontas para entrarem no ar. E foi nesse sufoco, que levamos o GE até o fim. Quando acabou, todos se abraçaram e comemoram aquele esforço fora do comum. As pessoas em casa nunca imaginaram o que aconteceu naquele dia.

Outra data inesquecível foi um primeiro de abril, que o nosso chefe, o brilhante Michel Laurence, pai do Bruno que hoje é repórter na casa, teve a ideia de fazermos um jornal com mentiras, envolvendo atletas famosos. A trilha de Erasmo Carlos, já dizia tudo, “Pega na Mentira”, para que o espectador entendesse que era pura cascata. Não sei se os “atores atletas” foram convicentes demais, pois muita gente acreditou e deu o maior rolo do mundo. Zico dizia que iria para o Vasco. Hortência seria trocada por Paula em suas equipes e por aí as mentiram desfilavam em campo no GE.

Só sei que a revista Veja foi lá entrevistar-nos e falar dessa tentativa inédita de ousar na Globo, e quase todos nós fomos para o olho da rua. Uma experiência daquelas.

Mas resumindo, vivi grandes momentos. Foi onde passaram os maiores profissionais de TV que conheci. Um time como figuras como Roberto Cabrini, Gilson Ribeiro, Luiz Ceará, Roberto Thomé, José Luiz Datena, Kitty Balliero e tanta gente que deu vida às reportagens do Programa. Foi uma época de ouro no telejornalismo e claro, no esporte.

Hoje o GE tem uma dinâmica diferente, mais solto, com piadinhas e comentaristas dando pitacos nas reportagens.

E teve em Tiago Leifert, um apresentador com mais liberdade. Naquele tempo, com Léo Batista, hoje com 83 anos de idade, era o mais avançado. E agora, com essa moçada que apresenta em todo Brasil, continua sendo um jornal de vanguarda na Globo.

Salve o GE, pelos 37 de vida!

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Nesse Dia dos Pais, minha homenagem a Osmar Santos, o “pai da matéria”
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Ele foi e sempre será um revolucionário na locução esportiva. Sua marca foi deixada com vários jargões, lembrados por uma multidão de fãs. Osmar Santos marcou presença no rádio e na TV, de uma forma inigualável.

Nesse Dia dos Pais, faço minha reverência ao chamado “pai da matéria”.

Conheci Osmar quando trabalhei na Globo e ele já era uma grande estrela. Sempre risonho, me chamava de “bonitão”, meu apelido na emissora.

Brincalhão, cumprimentava com a famosa frase: “E aí garotinho, tudo bem?” Trabalhamos juntos na Copa de 86, onde ele teve a missão de narrar na TV Globo de uma maneira bem diferente da rádio, onde era ídolo.

Sempre respeitado pelo seu posicionamento político, foi o apresentador de vários eventos na Praça da Sé, com milhares de pessoas que brigavam pelo direito de votar. Pouco se importou com a ditadura da época, e puxou uma galera para lutar pela emenda Dante de Oliveira, que defendia as eleições diretas.

Sempre foi amigos de políticos, jogadores e artistas que o acomapnhavam nos campos e nos palanques. Todos nós sentimos muito quando Osmar se acidentou na noite de vinte e dois de dezembro de noventa e quatro. Foi um choque, porque muitos pensavam no pior, a sua morte. Mas, felizmente, Osmar sobreviveu.

Ironicamente, foi atingido na cabeça e perdeu a fala. Ele e seus irmãos continuam lutando com fisioterapia, fono e muito mais. A saudade fica de suas narrações geniais.

O rádio e a TV ficaram mais pobres sem esse campeão. Dificilmente aparecerá um locutor tão criativo quanto ele.

Da última vez que o vi, entrei numa sala em que Osmar fazia exercícios. Ele me olhou e balbuciou o meu apelido, “Bonitão”. Correu uma lágrima do seu rosto e eu tive que sair rápido para não despencar, naquele momento de rara

emoção.

Por isso, termino dizendo que Osmar é “fogo no chapéu do guarda”, é um golaço com “chiruliruli chirulirulá”.

Parabéns garotinho, nosso pai da matéria.

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