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Preparo físico é o maior inimigo do Brasil no esporte

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Bene Kaka Pele Arabiaaa jose mauricio

A história não é de hoje. Segundo o professor de Educação Física José Maurício de Oliveira que dá aulas a crianças e adolescentes, a garotada agora quer saber de joguinhos de videogame. Não se brinca mais e o interesse pelos esportes está menor, pelo pouco incentivo de seguidos governos e pelas próprias escolas.

O interese principal é pelo futebol e áreas como basquete, handeball e vôlei são as outras opções mais procuradas pelos alunos.Assim mesmo, por falta de interesse, eles preferem ficar fora das atividades porque as oportunidades de se tornarem atletas de ponta são mínimas e, com isso, poderemos sofrer nas próximas competições internacionais , como Olimpíadas, Panamericanos e Mundiais. Não estamos preparando a nossa juventude como deveríamos, diz José Maurício.

Opinião igual e mais contundente ainda é de Benê Ramos, preparador físico desde 73. Ele esteve ao lado de Osvaldo Brandão, naquele time do Corinthians campeão paulista de 77, depois de 23 anos na fila. Benê trabalhou ainda no Palmeiras, Santos e Portuguesa, e passou a técnico, dirigindo equipes na Arábia Saudita, Japão e China, lugares onde conquistou alguns títulos. Conhece bem os bastidores do esporte e da preparação de atletas.

Pela sua experiência, Benê sabe que falta estrutura para quem quer ser profissional. Falta gente especializada para formar esses futuros campeões e, nesses tempos de escasses, vivemos de valores individuais como de algumas estrelas, por exemplo, da ginástica olímpica: Arthur Zanetti e Diego Hipólito, da natação de Cielo e Tiago Pereira e alguns outros meninos que surgem, mas que treinam nos Estados Unidos.

Benê Ramos ainda destaca a preparação feita na Alemanha no futebol, que resultou no título mundial. Nos treinos feitos em Universidades, os principais valores tinham seis treinadores em campo. Um para o gol, outro para zaga e assim por diante, nos demais setores. E ainda fisiologistas, médicos e equipe nutricional para cuidar de 50 alunos, entre 10 e 15 anos de idade.

No Brasil, um professor cuida de centenas, sozinho. Nossos ''hermanos'' argentinos trabalham seus jovens com um rodízio de seis professores para cada quarenta alunos. Uma distância enorme do que acontece nas escolas públicas, privadas e nos clubes, que cada vez mais se distanciam dos futuros atletas, com raras exceções como o clube Pinheiros, Paulistano, Minas Tênis, Flamengo e outros poucos.

Precisamos ficar de olho no material humano e imitarmos as coisas boas que estão fazendo lá fora, em termos de preparação, motivação e futuro dos atletas que querem fazer disso uma carreira. Senão, vamos dar vexames nas próximas competições internacionais.

Benê Ramos dá ênfase a um plano de emergência governamental para descobrirmos e formarmos atletas, focando na educação desde cedo e, principalmente, tirando esses meninos das drogas, pois o esporte é o caminho mais curto para isso.

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