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Ayrton Senna me confidenciou: “Nunca morrerei na pista”

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Luiz Andreoli entrevista Ayrton Senna - 10-12-83

Se estivesse vivo, o maior piloto de todos os tempos faria 55 anos, sábado passado.

Tive o privilégio de ser amigo da família Senna. Fui o primeiro a entrevistá-lo na Globo quando fechou o contrato na Fórmula Um com a Toleman, como mostra a foto acima (um outro dia vou mostrar a reportagem pra vocês).

Seu irmão Leonardo me chamou de lado e pediu para chamar a sua atenção por causa de suas saídas rápidas pela cidade, onde ele pisava fundo e podia bater forte. Falei com ele, que deu risada com o alerta.

Mas um dia, em sua casa na Cantareira, estávamos sozinhos perto de uma enorme garagem, onde ele mexia nos motores e brincava com muitos cachorros.

Naquela época, Senna tinha muitos inimigos dentro e fora da pista. Alguns declarados, como Piquet, Mansell e Prost. Todos disputavam a vitória palmo a palmo e o questionamento ao amigo e gênio das pistas era inevitável.

Então perguntei: Ayrton, você não tem medo de morrer na pista?

Ele me respondeu com uma rapidez e certeza absolutas: ''Nunca morrerei na pista porque as cagadas só acontecem lá atrás, e eu não faço parte desse pelotão, sempre estou na frente''.

Penso nessa resposta e sempre lembro de outro cara genial, Nelson Rodrigues, que tinha um personagem chamado Sobrenatural de Almeida.

Senna, que por sinal era cristão, esqueceu naquele momento que existem coisas que não estão nas nossas mãos. E uma delas, com certeza, é o futuro.

Mas queria, por aqui, homenagear meu amigo e o cara mais brilhante  que o automobilismo conheceu.

Saudades, Ayrton Senna da Silva.

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