Cafu: de operador de VT da Band a capitão da Seleção Brasileira
andreoli
Em meados dos anos oitenta, conheci um garoto franzino que operava VT, chamado Marcos. Ele andava pelos corredores da emissora sempre sorridente e todos falavam que ele era bom de bola.
Ele era titular absoluto do time da Band e fora do trabalho tentava passar em algum teste, as chamadas ''peneiras'', onde se escolhem talentos para se tornarem, quem sabe, profssionais dessa difícil arte que é jogar bola.
Ninguém poderia esperar, depois de ser barrado nove vezes, que conseguisse entrar no São Paulo e se tornar o famoso Cafu. Nem nos meus altos devaneios, eu que vivo do jornalismo esportivo, imaginaria que o Marcos, hoje Cafu, seria capitão da Seleção Brasileira e levantaria a taça na Copa de 2002, do outro lado do mundo, em Yokohama, no Japão.
Cafu se tornaria o recordista de jogos vestindo a amarelinha 149 vezes.
Ah, para chegar lá passou pelo São Paulo, Zaragoza, Palmeiras, Roma e Milan. É mole?
Encontrei com ele no mês passado, num shopping aqui em São Paulo, como mostra a foto.
Fazia tempo que a gente não se via. Apresente ele a minha mulher, dizendo que ele era meu ex companheiro de Band, e ele me respondeu: ''Sim, com muita honra''.
Deu tempo ainda para me confidenciar que Ronaldinho Gaúcho deverá ser o próximo a seguir o caminho de Kaká e Ronaldo Fenômeno. Jogar no futebol da Liga Americana.
Mas no fundo, pensei nele ao meu lado, operando VT e na cena que não sai da cabeça de ninguém: ele levantando a taça e fazendo uma declaração de amor à sua mulher: ''Regina, eu te amo''.
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