Em 82, saí da sede da Rede Globo com uma pauta digna de um repórter com pouco tempo de ofício: fazer uma matéria da Copinha de Juniores na cidade do Guarujá, litoral paulista. Num campo pequeno, que nem me lembro do nome, com uma grama surrada e um vestiário que nem se fala. Era horroroso. Pequeno, abafado e com os meninos se acotovelando para colocar o uniforme dos times.

Nessa muvuca, esbarrei num baixinho à minha frente, e fui logo esbravejando e abrindo caminho: “Amigo, dá licença aí. Aqui é lugar dos profissionais trabalharem.” Quando o cara se virou, era simplesmente o Rei do futebol, Pelé. Fiquei bege. Pedi desculpas, e com a maior cara de pau, solicitei minha primeira entrevista com o maior de todos os tempos.

Pelé, muito educado, falou comigo, como vocês estão vendo na foto acima, e me falou do gordinho ao lado. Seu filho Edinho tinha vindo dos EUA, onde morava, para curtir o futebol em terras brasileiras, e o sonho dele era ser um grande goleiro. A antítese do pai.

O tempo passou, fiz amizade com Pelé e muitas outras entrevistas. De fato, Edinho, aos trancos e barrancos, conseguiu jogar no Santos e hoje prepara goleiros na Vila Belmiro.

E o Rei Pelé, continua sendo “majestade”!

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